avagabundadodharma: Bénédicte Houart

Sonntag, 26. Oktober 2014

Bénédicte Houart

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Gedanken - Pensares

24. Ao fenecer da luz, verificava diariamente a sanidade, do mesmo modo que viajantes o fazem com as peças de bagagem, no final duma viagem.
23. Nunca se sabe, até se saber.
22. Há amores de um poema só. Mantenho-me em busca da epopeia...
21. A angústia do saber que apenas se dispõe de uma única oportunidade para dar a resposta certa às perguntas verdadeiramente importantes...
20. o coração amigo bate até à morte o impulso só sente quem no peito pousa a cabeça cansada
19. jamais aprendera a nadar nas águas da mentira... afogou-se de verdade.
18. Falta-nos o tempo até ao momento em que haverá tempo a mais, eternidades mudas para nos arrependermos daquele que nos escorre entre os dedos como areia cujos grãos individuais não estimamos o suficiente para os acarinhar na sua essência única, irrepetível, perecível, findável como o nosso respirar.
17. Ultimamente não nos entendemos. Disseste. Foste. Pois não.
16. Algumas pessoas entram nas nossas vidas e saem rapidamente. Outras ficam por um bocado e deixam marcas no nosso coração. E nós não seremos, jamais, os mesmos.
15. Desengano, s. m. Saída do erro ou engano em que se encontra; franqueza que não deixa lugar a dúvida; Dupla negação: des-errar. Conotação negativa, no entanto, no sentido de perda de ilusões. Porque o engano pode ser bondoso, e a sua suspensão cruel, porque irreversível.
14. Se eu não reconheci a pessoa que falou comigo naquele dia, se eu não sei quem era, não será então natural que a trate como um estranho?
13. Voltamos a amar quem desamámos, por desilusão ou mágoa, ou inventamos um novo ser para reamar e, assim, ignorar os circuitos neuronais estabelecidos de alarme e vergonha?
12. Eternuridade, s.f. (do lat. aeternitate por aglutinação com do lat. ternu). Qualidade efémera do que é terno. O que há de eterno no transitório. Afecto muito longo; tristeza suave e demorada.
11. O que o partir nos leva, não faz parte da nossa alma.
10. A objecção, o desvio, a desconfiança alegre, a vontade de troçar são sinais de saúde: tudo o que é absoluto pertence à patologia. Nietzsche
9. A inveja não é querer o que o outro tem (isso é a cobiça), mas querer que ele não tenha, é essa a tragédia do invejoso.
8. Sempre achei que devia haver palavras virgens para usar em ocasiões especiais, como no tempo em que se guardavam fatos novos para estrear em datas festivas. Há nesse preceito uma dignidade pura, um respeito profundo.
7. Tenho pena que estejam a uso todas as frases essenciais: como saber se não tiveram uso prévio? Como encontrar algo nunca dito, imaculado, despojado de duplos entendimentos? Ainda só encontrei o silêncio...
6. Refutando com absoluta sinceridade o elogio de uma pessoa conhecida com o argumento que a impressão de superioridade intelectual é falsa por ser uma questão de meta-linguagens, estarreço ao perceber que acabei de soar hipócrita.
5. Conversando com o mudo, não morreria de susto se ele me devolvesse as minhas palavras?
4. O olfacto é o único sentido que contorna a barreira hemato-encefálica e penetra directamente no sistema límbico - a parte mais antiga do cérebro - exercendo os seus efeitos, sem que o córtex se dê conta ou o possa controlar.
3. Tudo importa. Particularmente os nadas. As ausências. Os vácuos. Os espaços em branco. Quando o público se levanta e abandona a plateia.
2. O pecado mortal de retirar a outro ser a liberdade total de expressão física, psíquica, moral e creativa
1. Quando digo a palavra "cadeira" (conceito: madeira clara, 4 pernas, sem braços) tu ouves "cadeira" (conceito: alumínio, 4 pernas, com braços), pensamos não poder haver desentendimento possível perante tal objectividade.

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